Depois de mais de quatro meses em greve, os médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) retornam ao trabalho na próxima segunda-feira. Para quem dependia de perícias, a suspensão do serviço rendeu tempos de penúria, desalento e privação de necessidades básicas. Conforme informações fornecidas pela assessoria de comunicação do instituto, o período estimado de espera para o agendamento da perícia médica, na média nacional, subiu de 20 dias, antes da greve iniciada em 4 de setembro de 2015, para os atuais 89 dias. Foram mais de 140 dias de espera, além de quatro remarcações, até o pedreiro João Francisco dos Santos, 37 anos, fazer uma nova consulta na agência do INSS, em Brotas, para receber a notícia de que não teria renovado o benefício pago pelo afastamento do trabalho, causado por uma queda. João está entre cerca de 1,1 milhão de pessoas, no Brasil, cujas avaliações foram feitas pelo percentual de 30% dos peritos mantidos durante a greve, por exigência da Justiça. Outros 1,3 milhão de perícias deixaram de ser realizadas no mesmo intervalo, segundo o INSS. O INSS não informou os dados referentes à Bahia. Mas, segundo informações da diretora da secção regional da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), Edriene Teixeira, pelo menos, 30 mil perícias tiveram de ser remarcadas na capital baiana e Grande Salvador, no período da greve. Além da suspensão deste serviço, o INSS cacula que, atualmente, em todo o país, cerca de 830 mil pedidos de concessão de benefícios estejam represados, conforme o mais recente levantamento realizado pelo órgão federal, no último dia 15. Conforme informações do órgão, de setembro a dezembro passados, foram concedidos cerca de 608 mil benefícios por incapacidade ao trabalho, das espécies auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e benefício de prestação continuada. O INSS frisa que a Central de Atendimento 135 continua à disposição para orientar a população e realizar os agendamentos ou reagendamentos necessários.